Arquitetos do País discutem a valorização profissional por meio do RRT
15 de novembro de 2016 |
Arquitetos de diversos estados brasileiros discutiram, entre os dias 10 e 11, a importância do Registro de Responsabilidade Técnica (RRT), para o profissional, sociedade e também para o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU). Promovido pela Comissão de Exercício Profissional do CAU/BR, com apoio do CAU/TO, o Seminário “O RRT como instrumento de valorização da Arquitetura e do Urbanismo”, ocorreu no auditório da Faculdade Católica, em Palmas.
Para o coordenador-adjunto da Comissão de Exercício Profissional do CAU/BR, Claudemir Andrade, o RRT é um documento de proteção e de direitos do profissional e sociedade, e não apenas uma taxa ou forma do Conselho de Arquitetura e Urbanismo arrecadar. “É um documento que comprova que projetos, obras ou serviços técnicos de arquitetura e urbanismo possuem um responsável devidamente habilitado e com situação regular perante o Conselho para realizar tais atividades”, explicou o arquiteto.
Apesar da importância e dos benefícios gerados pelo RRT, o número de profissionais que não emitiram o registro junto ao CAU ainda é bastante significativo. De acordo com Andrade, 27% dos arquitetos e urbanistas brasileiros não têm o documento registrado no Sistema de Informação e Comunicação do CAU (SICCAU). E no Tocantins esse número chega a 10%. “É fundamental que nós enquanto Conselho, possamos entender essa importância para o CAU, e juntos trabalharmos uma forma de alcançar esses profissionais que ainda não praticam o RRT”, concluiu.
Em continuidade às discussões acerca do RRT, o conselheiro federal do Amapá, José Alberto Tostes, expôs a importância do acervo técnico formado por meio do RRT. “O acervo técnico é composto por todas as atividades desenvolvidas pelo profissional. É, portanto, uma comprovação da experiência adquirida na trajetória do profissional perante o Conselho e sociedade”, destacou.
Na oportunidade, Tostes apresentou uma pesquisa realizada pelo CAU/BR e o Instituto Datafolha, com dados bastante desafiadores para a categoria. Segundo o levantamento realizado com 2.419 pessoas em todo o Brasil, 54% da população economicamente ativa já construiu ou reformou imóvel residencial ou comercial. Desse grupo, 85,40% fez o serviço por conta própria ou com pedreiros e mestres de obras, amigos e parentes. E apenas 14,60% dos entrevistados contrataram arquitetos ou engenheiros.
A pesquisa revelou, ainda, que a principal barreira para a contratação de serviços de arquitetos é o senso comum de que se trata de um trabalho caro. Porém, ao serem informados de que o custo é de cerca de 10% do valor total da obra, a maioria julgou ser uma boa relação custo/benefício.
No que se refere às estratégias de fortalecimento e valorização do RRT, representantes dos Conselhos do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Mato Grosso, São Paulo, entre outros compartilharam suas experiências, planos de ações, campanhas e práticas adotas, além de apresentarem relatórios acerca da situação e quantidade de registros emitidos em cada um desses estados brasileiros.
Para o diretor técnico do CAU/SP, Altamir Fonseca, a NBR 16280 contribuiu significativamente para manter estável o número de emissões de RRTs no Estado. Conforme mostra o gráfico apresentado por Fonseca, o desempenho das emissões do RRT não sofreu grandes variações no período de 2015 a 2016, apesar da crise. “Temos uma média de 25 a 28 mil registros mensais emitidos no estado de São Paulo”, informou ao destacar que a atuação do CAU em condomínios, seja horizontal ou vertical, com orientações aos síndicos, trouxe um resultado bastante efetivo.
Resolução nº 91
Ainda na ocasião, os arquitetos discutiram sobre a Resolução nº 91, apresentando propostas de alterações pertinentes, com diversas sugestões de melhorias.
De acordo com o conselheiro federal e coordenador do evento, Luís Hildebrando Ferreira Paz, o debate foi um momento bastante democrático, em que cada participante teve a oportunidade de discutir e propor alterações em diversões pontos da Resolução, para que de forma consensual, fosse formalizada uma minuta com as sugestões apresentadas.
Bastante atento e participativo nas discussões, o arquiteto Altamir Fonseca considera o evento de fundamental importância para os CAU’s, visto que, por meio dele é possível divulgar as boas práticas e compartilhar os problemas comuns na busca de soluções. “Essa troca de informação enriquece o país e faz com que o nosso Conselho tenha um desenvolvimento bastante equalizado e possa prosperar em todo território Nacional”, enfatizou.
Fonseca destacou, ainda, que abrir espaço para que, antes de implementada, a Resolução seja discutida, além de mostrar que o Conselho é construído de forma democrática, gera uma segurança maior e possibilidade de erro é menor. “Uma das alterações que trará grandes benefícios aos profissionais é permitir que algumas atividades de campos diferentes sejam colocadas na mesma RRT”, concluiu.
Lançamento do novo IGEO
O evento também foi marcado pelo lançamento do novo Sistema de Inteligência Geográfica (IGEO) do CAU, com apresentação das novas funcionalidades, pela coordenadora de Geotecnologia do Centro de Serviços Compartilhados, Márcia Marinho. O objetivo da mudança, segundo a coordenadora, foi melhorar o desempenho e facilitar sua operacionalização.
A coordenadora destacou que as principais mudanças realizadas estão na plataforma, com acréscimo de novas tecnologias funções e recursos; infraestrutura; com monitoramento de 24 horas por dia, sete dias por semana; e na interface, com nova forma de uso dos mapas em conjunto com informações gráficas, tabelas interativas, textos e vídeos, tudo baseado em visões de painéis.
O IGEODATA, novo ambiente público do IGEO, apresenta os dados e indicadores sobre o exercício da Arquitetura e Urbanismo no país e também por estado e município, para acesso e consulta pela comunidade de arquitetos e por toda a sociedade por meio de mapas, tabelas e gráficos interativos, links e vídeos.
E o novo ambiente corporativo é composto, segundo Marinho, pela visão de cada estado, com seus próprios mapas, indicadores e informações. Sendo que as visões dos estados trazem informações como: quantitativo de profissionais (com gráfico com o quantitativo por gênero), empresas, instituições de ensino, carteiras expedidas, denúncias e RRT pagos (com gráficos com o número total de RRT emitidos de 2012 a 2016, total de RRT emitidos mensalmente até outubro deste ano e a média de RRT emitido por arquiteto no estado).